A VELHINHA

Sentada, ao lado de um fogão improvisado

Estava uma mulher mirrada e sofrida.

Idade indefinida, olhar nublado...

Escondendo uma dor incompreendida.

Ela parece só, embora a família reunida

Anda pra lá e pra cá, parecendo não notar,

A presença da figura encardida.

É triste o simples observar.

Por alimento um taco seco de pão,

Para ajudar a descer um caneco de chá

Feito com folhas secas arranjadas pelo chão.

Fome? Aprendeu essa voz ignorar.

Enquanto todos exalam fartura.

Ali num canto da cozinha,

A velha respira e aspira,

Um sopro. Fim de linha.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 11/03/2011
Código do texto: T2841581
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