Jarro

Cai o cigarro

sobre o tapete.

Ainda o levanto

por temer as chamas de Dante.

Até quando esse levante?

Em que ponto

vencerá a angústia,

sobre um fim

que tudo apagaria,

nas cinzas do próximo dia?

Repito o café

e o cigarro,

na esperança

de ser o último jarro.

Na espera

da quebra do jarro,

que lavará em barro

essa inconsistência

que chamam de existência.

Um lápis e um papel

dão-me algum alívio.

E a incerteza

de um alvo delírio.

Poema de quem não morreu,

do semi extinto eu;

em que se olha o correr do carvão,

nesse imenso não.