Nos braços da solidão.
Nos braços da solidão.
Pedra esquecida, empoeirada na estrada
de vida sofrida, calada, cansada.
na fria madrugada, desejos contidos
de alma sugada por sonhos perdidos.
Aliança de pobre, metal menos nobre,
de amor desgastado de um pobre coitado,
egoísta talvez, por mais uma vez, tudo querer,
sem nada fazer, temendo perder e nunca viver.
Cego, aos tropeços, sem luz no caminho,
sem fim nem começo, pisando em espinhos,
sorvendo aos bocados seus sonhos truncados
nas mãos calejadas de vidas suadas.
Curando feridas que sangram bem mais,
cambaleando avenidas e sufocando seus ais,
afunda em si mesmo em busca de amor,
e num abraço a esmo entrega sua dor.
Lídia Sirena Vandresen
(24.08.07)