Como é ruim se sentir assim.

Já se sentiu o abandono? Onde o consolo é o desconforto da solidão.

Chegar em casa, abrir a porta e ver os móveis no mesmo lugar, nada mudou. Abrir a janela e ver a saudade persistir.

Mas, na sua hipocrisia de pessoa, o que sobra ainda são críticas de uma vida mal solucionada.

Hipócrita... Já basta!

Não jogue a farda, não tralha a batalha, não falha.

Mas, na caminhada, tire o pó que há na sua roupa – roupa suja se lava em casa.

Nas vozes turbinando a minha mente, equalizando os meus ruídos, meus tímpanos enlouquecem. Na eloqüência, fico louco. Eu sou a própria loucura.

Sou um hipócrita, será que isso já basta? Na verdade, nem sei quem eu sou, tento procurar, pelas avenidas e ruas. Mas ainda insisti na mesma coisa: como é ruim se sentir assim.

Eu sei, sou mal agradecido, peço desculpas. Peço ajudas.

De bermuda, sacudo o pó que está entre minhas roupas.

Traumatizando a si próprio. Sobrevivendo de vãos e valas. Valises lotadas.

Catástrofes anunciadas... Por quem?

Por que diabos não me avisaram, homem de Deus?

Pudera estar de lá na rede do que fora meu sossego antepassado.

Pudera estar, quem sabe - quem sabe, caro -, de cá, despedaçado.

Ahá! É assim pois que estou, santo diabo.

Portanto, avise às minhas roupas, que não mais irei vesti-las.

Aos carros todos, que parem de circular.

Vamos todos descançar, pra eu não me sentir ruim assim: tão solitário.