Quando cala o coração.

Nuvens caídas nas telas de meu coração.

Nuvens obscuras que me falam de dor e escuridão.

Em meio a soluços, escuto a canção.

Aqui não há mais tempo.

Não ouço e nem vejo mais ninguém.

Nada resta além de rabiscos e chiados insuportáveis.

Eu me deito para dormir.

Eu durmo pela eternidade.

Em meus desejos, só desejo mesmo o silêncio.

Quero a penumbra da solidão.

Que ninguém me veja, nem pergunte sobre mim.

Sou, sempre fui e quero continuar morto para o mundo.

Eu quero a tristeza do não reconhecimento.

Eu quero a beleza de não ser importunado.

Eu quero a liberdade de ser eu mesmo em minhas angústias.

Pois, que sou um ser das sombras, vivendo a dor de um mundo vazio.

E não há nada que esse mundo possa realmente me oferecer para me fazer realmente feliz.

Pois, que enfim descobri que a felicidade não está nos outros: eu tenho que procurá-la dentro de mim e não fora de mim.

Pois, que nesse momento me aceito do jeito que realmente sou, sem máscaras, nem subterfúgios.

Quero me refugiar na beleza e na certeza de ser quem eu realmente sou.

Não quero mais chorar, nem lamentar.

Sou um sujeito acostumado a escuridão.

Me adaptei ao sofrimento e a angústia.

A tristeza está impregnada de minha costela.

Nada mais me toca.

Eu me misturei a tristeza.

Meu nome agora é solidão.

E eu já não sofro mais.

Pois, que aceitei de vez meu destino.

Preso nas téias desonrosas da injustiça desse mundo cruél e vazio.

Mundo mascarado e sem alma.

Terra de gigantes pequeninos.

Vazio de alma.

Dureza de coração.

E eu nada sou além de um sujeito perdido na penumbra da escuridão vazia.

Minha vida se perdeu nas téias do tempo.

E minha alma foi levada pelo vento.

Agora jaz minha vida no vale das lágrimas roubadas.

E o sangue que jorra do corpo, seca o coração.

Eu me sinto viajar por outro mundo.

Meu corpo ainda aqui está, mas minha alma foi viajar e se esqueceu de voltar.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 07/03/2011
Código do texto: T2833550
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