A Sala

De manhã eu era o sorriso aberto

A tarde fui lágrima velada

De noite um desejo incerto

Agora sou o silêncio dessa madrugada

Vazio, insípido e discreto

De uma sala mal iluminada

Entre quatro paredes e um teto

E a alma de amor envenenada

No canto da sala o livro aberto

Na última página ja desbotada

No peito o coração inquieto

Que grita a cada palavra

O desejo íntimo e secreto

Fagulha de uma dor em brasa

Ardendo em meio ao deserto

Em que se transformou essa sala