Sombra do Homem ou Ombre d'un homme

É a sombra do homem

É o calor de sua mão que humaniza tudo

É o odor da existência que entranha nas paredes,

Percorre corredor, fecham portas e cortam pulsos.

É a sombra do homem perdida no eco de sua voz

rouca e titubeante

Apaixonei-me por um homem imaginário

Que habitou as fossas mais profundas

de minha carência

Que sobreviveu de dádivas subservientes

Migalhas e esmolas, trapos e símbolos

E, vestia e comia e se conduzia

irracionalmente.

Envenenando-se, e infectando todo ambiente

De seu espírito fétido e fraco.

É a sombra do homem,

Desenhada pelo acaso dos raios solares

Marcada pelas soleiras das portas

Escondida atrás dos tapetes

Escorraçada da dignidade de ser.

É a sombra apenas.

Não corresponde a nenhum sujeito

Não corresponde a nenhum objeto

É fruto somente da necessidade premente de

amar e não entender o tempo, o vento e

os enigmas dos desencontros.

A penumbra, a sombra e a garoa de chuva

A molhar a poesia de pensamentos insanos.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/03/2011
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2828934
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