Domingo à tarde

Ar puro... aqui respiro paz

O vento balançando meus cabelos

O sol dourando minha pele

A maresia eriçando meu pêlos

Aqui eu me perco no tempo

Não pela infinidade do horizonte

Me perco em meus pensamentos

Que me levam pra tão longe

A Verdade me procura

Me encontra, me espanca, me guia

Faz-me tranformar meus sentidos

Em confissão, em poesia

Meu corpo é tomado pelas águas

Finto o pôr-do-sol com tristeza no olhar

Me sinto leve, eu e minhas mágoas

Minhas lágrimas se confundem com o mar

Te imagino ali, ao meu lado

Me vendo, ouvindo meus lamentos

Entendendo meu rosto molhado

Me salvando do desespero do tempo

Atento às minhas palavras

Aos meus pedidos de desculpas

À angústia que me corrói por dentro

Ao sofrimento do peso da culpa

Lendo através do meu silêncio

O que não consigo pronunciar

Percebendo a gravidade do incêndio

Que faz o meu coração queimar

Salvando-me, não da água

Não é ela que me faz afogar

Salvando-me do medo

Que insiste de mim te tomar

Livrando-me da amargura

De ver você se destanciar

De ter tua presença ausente

De contigo não poder mais sonhar

De perder toda inspiração

De não mais viver e sim vagar

De me entregar a qualquer canção

E enfim... esquecer de respirar...

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 28/02/2011
Código do texto: T2820297
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