Domingo.

O domingo vem e demora passar.

O domingo vem e quando passa já nada mais demora.

Do domingo pouco tenho para me lembrar.

O domingo traz o vazio.

No domingo me lembro do vazio do mundo.

Pouco ou nada me resta no domingo.

Domingo é como um descanso eterno, mas sem a eternidade.

Domingo cansa mais do que descansa.

O domingo me traz a frieza do tédio.

Mergulho nas trevas da noite durante o dia.

As manhãs de domingo são mais feias.

As noites mais solitárias.

O domingo traz dor.

O domingo nada tem de suave.

Falta lazer no domingo, falta sorriso, falta movimento, falta vida.

Mas, com tudo isso e apesar disso, o domingo permanece e sempre permanecerá como um mal necessário.

Pois, que o domingo é uma fuga do movimento acelerado da semana agitada.

O mundo gira em gritos e berros de crianças e pais desesperados.

Mas, no domingo todos ou pelo menos quase todos se calam,

Domingo de vazio.

E de tristes lembranças.

Nada ter que fazer,

Mas, muito no que pensar.

Domingo de dor e solidão.

Domingo é sinônimo de começo.

Começo de uma semana cheia de desejos, mas sem nenhuma ou quase nenhuma esperança.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 27/02/2011
Código do texto: T2818798
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