Uma borboleta que nunca soube voar...

Sou um grão de areia

Perdido

Em meio ao mar

A gota de chuva

Que banha

Seu corpo sem você notar

Sou o suspiro calado

Por medo de falar

A brisa fresca que bate a janela

E nunca

A encontra aberta para entrar

Sou a noite escura cheia de estrelas

Que longínquas

Estão sempre a brilhar

Tão longínquas

Que são invisíveis ao olhar

Sou a tinta esquecida

De uma caneta

Que não sabe mais poetar

Mais uma flor

Que murchou

Sem seu perfume exalar

Sou o espinho que jamais teve coragem

De uma pele sequer furar

A amante que de tanto amor

Esqueceu-se

De se amar

Eu, sou aquela borboleta

Que tanto sonhou...

E nunca soube voar

sutini
Enviado por sutini em 24/02/2011
Reeditado em 09/10/2011
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