SONHO ESTRELADO
Tão leve como pluma o fresco sereno descia
E um tapete de estrelas cobria a noite fria
A natureza se exibindo exuberante se fazia
Colorindo inutilmente minha vida tão vazia
De repente, lá estava aquele que venero
Carinho que espero do amor que tanto quero
Pude senti-lo tão de perto, cada vez mais perto
E o coração deserto tornou-se assim inquieto
Trazia na face o rubor de quem muito deseja
E nos olhos uma intenção quase evidente
De tornar real um imaginar outrora indecente
No inconseqüente viver o agora simplesmente
O roçar dos braços de um abraço apertado
Paliava a dor do meu peito angustiado
Sentindo o cheiro do teu corpo desejado
Perguntei-me: Será este meu único pecado?
Mas aquele céu estrelado logo se tornou nublado
Na penumbra vi as paredes do meu quarto
Quando percebi que somente havia sonhado
Chorei até meus olhos ficarem pesados
E novamente peguei no sono...