Folha em branco

O céu esta se derretendo.

As lagrimas do firmamento

apagaram os rastros dos peregrinos.

Os caminhos voltaram a ser virgens.

As árvores estão com suas almas lavadas.

As nuvens parecem lenços brancos em uma despedida.

Os passaros sabem que não é tempo de cantar.

O frio congela a alma.

O vento canta uma melodia triste.

Um sapo solitário afoga suas magos em um charco.

O chaminé de um casebre fabrica nuvens sem parar.

Uma menina olha por detrás de uma janela a chuva cair,

Uma mãe proibe seu filho de receber a chuva de braços abertos.

Um lavrador olha a terra ser fecundada.

Os amantes se refugiam nos braços do amor.

O dia começa declinar para dar lugar a mais uma longa noite escura.

Uma folha em branco repousa diante de um poeta como o misterioso infinito.

Epaminondas Barbosa
Enviado por Epaminondas Barbosa em 23/02/2011
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