Vácuo
No espaço do tempo
Deixado, perdido
A fala, o sorriso
O gesto, a palavra
Vagam vagos no vácuo
É tudo um nada
Um “oi” e seu eco...
Resposta à solidão
Entre você e um abismo
Uma parede a ressonar.
Um passo a diante?
Um ponto final.
Um grito distante
A exclamar um sinal
Ao longe vem a amazona
Com seu cavalo negro
Com olhares fulminantes
E na mão sua foice:
“Escolha a mim, seja forte!
Está tudo no fim,
É finita a noite.
Não terás outra sorte.
Me abrace, enfim,
Aceitando tua morte.”
E no breu da noite escura
Encerra-se seu fardo
De infeliz criatura
Que ao abandonar seu barco
Cava sua própria sepultura.