Num dia sem sol.
Num dia sem sol.
Num dia sem sol - numa noite sem estrela.
Num sonho profundo – num soluço incomodante,
Num carro sem pára-brisa,
Água tinha, mas a boca continuava seca.
Num perfume exalante – num cômodo irritante.
Num incômodo assaltante.
Uma pergunta que me sempre persegue;
Uma pergunta que sempre me perturba,
Num silêncio que incomoda,
Num vento que bagunça meu cabelo,
Num vento que abala meu coração,
Numa extradição...
Pra onde vão?
Pra onde vão , então?
Se, de mim, não resta nada,
Tenho meus meios para crer que,
em algum lugar, estão.
E se estão, voltem!
O quanto me fere ter medo do Sol.
O quanto me gasta o peso dos ombros.
Que grande alarde faço de meus próprios sentimentos...
Não me incomodem, pelo amor de Deus,
Apenas voltem e me arranquem à solidão.
Renato F.Marques.