Quem tem medo da solidão?
Quem teme a solidão, teme a si
De se flagrar sem interação consigo
De se perder por não chorar nem rir
Por descobrir que em si na há abrigo
E quem se teme, é certo, não se gosta
Credita quase sempre aos outros a fonte da energia
Troca, incontinente, o espelho pela porta
Não descobriu dos fatos a magia
Teme escutar os próprios pensamentos
Descortinar a aridez do ser
Não quer sofrer quando chegar o momento
De iniciar-se em se conhecer
Mas o remédio para o mal que arde
Será por certo o que se tem á mão
Por mediocridade ou imaturidade
Os tempos sempre se encarregarão
Uns, carentes crônicos de amor próprio frágil
Outros ressecados da escassez de amor
Mas há quem viva satisfeito e amável
De olhar a vida no ângulo da cor
A solidão é desprezo à liberdade
Como uma arma pra uso do mal
Por inocência a felicidade
É ignorada em seu potencial.