O velho andarilho

Em sais umedecidos há um homem quase morto,

Mas ainda um anjo,

Algum sobrevivente tolo,

Um desaliviado projeto de gente.

Oferto-me a um amor diferente

-olhos dos meus olhos-, unha e dente,

Enquanto sonho com a lua,

Talvez querendo ser um contador de estrelas.

Trago na dor dos olhos um doce rio de lágrimas,

Esqueço-me de Papai Noel, sinto mágoas,

Por isso crer é o meu mais feliz rendedouro.

Findo este poema chorando feito chuva,

Não vejo a lua, desconheço o Sol...

Ainda vago e a vaguear nas ruas,

Nos bancos das praças semi-nuas,

Onde me encontro a sonhar dentro doutro ente triste.