Daquilo que não há mais

É o mais próximo de refúgio do tormento

Nada seguro e não sinto o mínimo de paz

Talvez, o meu refúgio e o meu tormento

Não sou lá, nada mais que leva-e-traz.

É o reviver todo doloroso passado

De lágrimas arrancadas e prescritas

Ao olhar para cada pessoa ou quadro

Com suas faces rancorosas e aflitas.

É como esquecer a ferida fresca

E concentrar na antiga cicatrizada

E se perguntar: qual a mais dantesca?

Ou como retornar à casa e não ter lugar

E concluir que morando cá ou ali

Nunca mais um local irá chamar de lar.

Eduarda Daibert
Enviado por Eduarda Daibert em 11/02/2011
Código do texto: T2784832
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