Mão torpe

Minha mão torpe, ainda escreve,

trepida junto ao peito,

que de lembranças

solfeja, para não sofrer...

E já posso me sentir bem,

as névoas passaram,

e são nos teus olhos

que me transformo...

Minha mão torpe, ainda teima...

E desliza palavras humildes

em vez de ações soberbas,

mas talvez não menos egoístas...

E já posso me sentir bem,

Mas ainda falta algo...

E são nos teus toques

que me acalmo...

Minha mão torpe, não quer descansar,

Junta-se ao desejo silenciosa,

Sonha e reza, e vaga a noite

enquanto talvez já dormes...

E já posso me sentir bem,

desencarnado de quietude...

E estar ao seu lado

Me leva a quem sou na realidade.

Lúcio Vérnon
Enviado por Lúcio Vérnon em 02/02/2011
Código do texto: T2767355
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