Trapos
Gigantesco poder desta vinha
Cobres-me com um escargo
Devidamente sedentário,
Neste alto deslumbro inalterado
E totalmente desfigurado.
Derribado fostes na noite
A lua caída enegreceu-se,
E assim o dia não surgiu
O céu permaneceu escuro,
Num ato fúnebre e hostil.
Bateu a solidão no peito
Ante um descrente momento,
Num movimento assolado e desnudo,
Cortando as veias desgarradas deste
Deserto autenticado e obscuro.
Trapos se colocaram sobre o corpo
Deitando-se na lama seca cercada
De cascas e vermes imundos,
Calou-se a natureza desfalecendo
Adiante dos atos inaceitáveis
Que o homem causa ao mundo.