Canto lúgubre

Despe-me dessa agonia

Friorenta solidão

A felicidade avia

Estendendo a tua mão

Sequer esmolo o amor

Só um pouco de atenção

Para a vida sem sabor

Serve o que cai do desvão

Qualquer desvelo ou cuidado

Até com cinza intenção

Para o pobre esfomeado

Qualquer lixo é solução.

Bebo com sofreguidão

Água desse seu pesar

Pudesse me embriagar,

Mas sequer tenho ilusão.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 19/01/2011
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