Solidão!

Solidão!

Entre choros aflitos, entre gritos de dor

Nos chãos sombrios e frios, abandonados

Almas despidas de amor, perdidas

Nas correntes da vida apressada...

Cai a lagrima do avô sozinho, ali

Entregue as quatro paredes do imóvel

Fala baixinho para si mesmo, conversa

Quem sabe se para seu anjo da guarda!

Entre as grades da minha mente, assolada

De revolta, de lamentos sombrios e tristes

Eu sinto dentro de mim a solidão cravada

Como punhais afiados no meu peito aflito...

Pesam como chumbos a solidão que a noite

Trás, impiedosa, justa e melodramática

Que deixa escutar os gemidos que estremecem

O nosso medo da nossa incompreensão...

Mas a solidão também é justa e boa

Quando nos deixa descansar em seus braços

Refletir nossos erros e nossas metas

Para que um dia não sinta mais a solidão revoltada

É justa a minha solidão, mas será justa da criança

Que um dia foi abandonado? A Do meu velhinho?

Aquela que esquece na garrafa atirada na rua

Entre passeios, chuva e degradação da vida...

Ou aquela que aquela mulher que vende seu corpo

Entre lagrimas de repudio, nojo, mas de necessidade

Para a fome matar, a fome dos infelizes e solitários

Que a própria solidão arrasta para mundos incompreendidos...

Betimartins
Enviado por Betimartins em 19/01/2011
Código do texto: T2738882
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