CANÇÃO SOLITÁRIA NO GUARUJÁ
“... Solidão é bicho arredio que só come na mão do dono.”
Márcia Peltier
A olhos vivos luze a noite:
uma vírgula de prata
surfa sobre nuvens.
Em cada recanto do mar
o sopro de Netuno
concentra navega/dores.
O canto é uma casca de noz
de um único rema/dor
que se adentra em direção
ao sol fundeado.
Afoga-se a nau
cuspindo ondas,
em vômito...
Sob o olhar complacente dos morros
sobre/vive a casca de nós.
Horizonte de eterno rema/dor.
– Do livro O POÇO DAS ALMAS. Pelotas: Universidade Federal, 2000, p. 93. Poema reformado.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2726576