SOLIDÃO
Procuro pessoas,
e não as encontro.
Olho para todos os lados,
e nada vejo.
O que estará acontecendo comigo?
Estou irremediavelmente sozinho,
perdido nessa terrível imensidão.
Onde estão meus pais,
meus irmãos,
meus filhos e,
meus amigos?
Por mais que eu tento,
não consigo vê-los.
E não estou cego, meu Deus!
Caminho por uma estrada sem fim.
Meus passos são cada vez mais vacilantes.
Olho para trás,
e não consigo ver
as marcas da minha vida.
O silêncio é implacável comigo,
e se apodera de mim.
No silêncio eu escuto em meu peito,
as batidas descompassadas do coração,
que em minha mente se transformam em vozes,
repetindo alucinadamente a mesma palavra:
Solidão!... Solidão!... Solidão!... Solidão!
01/10/1990
Haroldo Franco