SILENTE AÇOITE
Ah quando deito-me no meu leito
e meu corpo goteja transudação,
minha blusa encharcada no peito
e rolo sem cessar nesta escuridão!
A noite ecoa o seu silente açoite,
e me vem visões de tormentos
que me adejam brumas da noite
fervilhando em meus pensamentos.
Como espectros vultos malditos,
me impõe a realidade os seus pesos
que vão lançando seus feros gritos,
tento manter alma e corpo coesos.
E neste clima mórbido de solidão,
quando sem saída, de fato, me vejo,
ou achar que de D´us vem a solução,
é loucura esperar da fé um lampejo?
(YEHORAM)