Quando nossos pais chegam à idade de nossos avós
É quando nossos pais chegam à idade de nossos avós,
Que nos damos conta de que se aproxima a hora da partida
E que os anos passados ficaram em seus rastros distantes.
O que fizemos do tempo, senhor de tudo,
Quando ele era nosso presente?
Deixamos o futuro chegar, sem dar valor ao agora
Sem nos importarmos com a soma dos presentes
Que fomos subtraindo: o resultado do futuro.
Onde encontrar o que está por vir
Sem menosprezar o presente, tão efêmero?
Como resgatar o que não pode ser resgatado?
Garganta seca, mãos suadas; onde o perdão?
Perdão para os atos sem misericórdia?
Nossos pais, com idade de nossos avós!
Nós, com idade de nossos pais!
Tempo frágil, tempo sucumbido;
Tempo desperdiçado com valores passageiros.
Sol nascente vem iluminando tudo,
E não podemos parar o seu nascer,
Mesmo que rache a terra ao meio dia,
Pois ele se abranda com o passar das horas
E nos dá, a cada dia, um novo crepúsculo.