Velhos
Dois velhos,
Contemporâneos
Suas falas se completam
Sintetizam
Amargura
Os dias de bravura,
E os ares do esquecimento
Vilipêndio do tempo
Velhos contemporâneos
Relatos litorâneos
Não se cruzam
Mas morrem na mesma praia
Um do feitio esguio
E sorriso lento
Nas picardias repetidas
Das mesas burlescas de domingo,
O outro da face merencória
Dedos que se congelam
Na janela de horas repetidas
De todos os dias,
Afã de todos afãs