Velhos

Dois velhos,

Contemporâneos

Suas falas se completam

Sintetizam

Amargura

Os dias de bravura,

E os ares do esquecimento

Vilipêndio do tempo

Velhos contemporâneos

Relatos litorâneos

Não se cruzam

Mas morrem na mesma praia

Um do feitio esguio

E sorriso lento

Nas picardias repetidas

Das mesas burlescas de domingo,

O outro da face merencória

Dedos que se congelam

Na janela de horas repetidas

De todos os dias,

Afã de todos afãs

Márcio Diniz
Enviado por Márcio Diniz em 30/12/2010
Código do texto: T2700926