PARA O MEU AMOR II
Paro nesta noite comum e penso,
que nem tu estás por perto,
me deixa assim saudoso e tenso
a tua ausência, céu encoberto.
E eu aqui na solidão do momento,
mas amanhã estarei reunido,
terei a companhia do forte vento
que por horas eu serei suprido.
E pela manhã mais que garrida,
de um céu azul, tão azul celeste,
que me faz ver uma vida
sem nuvens, sem o véu que a veste.
Olhei e vi um pássaro solitário,
ele sobre o fio gorgeava só,
e um vento me veio contrário
e me vi como no armário o paletó,
na disfunção do imaginário.
Mas tudo que aqui eu vejo
me aponta que único não sou
apesar de que arquejo,
um suspiro no peito que arrastou.
Estou só, porque estou sem tu,
vi que solidão é a tua ausência,
é como estar mesmo nu,
não vivo sem a tua existência.
(YEHORAM)
24/12/2010 para L.P.O