A longa estrada
Atravesso a longa
estrada durante a
mais negra noite,
respirando o aroma
das flores mortas,
sentindo as fustigadas
do vento impiedoso,
meus pés feridos
pisando nas pedras
deixadas pelo destino.
Sou filha das
ilusões moribundas,
dos sonhos dilacerados
e amores perdidos.
Sozinha, coberta de
cicatrizes, olhos fartos
de tanto prantear,
continuo caminhando,
tentando me encontrar.
Minhas mãos ansiosas
tateiam o ar, o
meu desespero,
em toda esta
ingrata jornada,
é meu único e
constante companheiro.
Busco o amor, quero a
liberdade, a certeza de
que não sou apenas
uma pobre alma,
destinada a um
eterno penar.
Haverá, um dia,
um triunfo sobre
todos os desgostos
insanos que me foram lançados?