SEM RECOMEÇO

"SEM RECOMEÇO"

Um dia após o outro

Logro da batida a vida

Que meu coração recrimina

Que dedilha a espada

Em minha saliva

E que se finca nova

E que saude a richa

Paúra de enfrentamento

Remoção aos desnorteados

E aos momentos cômodos

A casa mantém mais cômodos

Que hóspedes,

Mais pedestres que óvines

Para que ignores

Por onde minha solidão caminha

Meu pensamento logo se retrái

Vai incômodo, sai e cai

Varia um pouco de tormento

Vendo à tudo,

É que não se dá

É que cobra sustento

Veja que ainda assim

Tem-se no preço

Que continuar-se vivendo

O fim para o fim

É o nunca,

Que plasfêmia!

Se ainda quero a fêmea

Semeia o corpo em mim

Corrompa o negro

Com seus quitutes

Porque não pareis?

Por que me iludes?

Louves meu amor,

Porque dele,

Depende a saúde do beijo

Porque é vesgo

Os olhos rasgados

Que de tão lindos,

Repercutem?

Relembro meus desejos

Deixados por suas mãos

Aceito de Deus,

O desespero,

Prisão,

Desde que castigue-me

Em meio a permissão

Desde que se venha voltar

Que traga o tramor

Em seu bico,

Que mate a secura

De boca

Em seu litro,

Que transforme

O penhor das palavras,

Em líquido

E que se entregue

Feito a lingua esguia,

Em lírio

Decreta o frescor dos dias,

Oh, Deus,

Não negue de mim

A dor,

O humor,

Daquela famigera companhia

Gerada e acabada na lama

Que esbarra no cântaro

E no sândalo

Que cercava a vida

O barro é que lida

Com o que me era caro,

Seu linha,,

Que silencia

Que vivia do recomeço,

Um fraco galho

Que ao romper

Fez de seu ato

Um sem rearo

E do regaço,

O Senhor de meus dias.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 17/12/2010
Código do texto: T2677457