A Roseira em Desespero
Quatro rosas vermelhas
Brotaram na roseira.
Cinco rosas vermelhas
Brotaram da roseira
Da roseira...
Ao todo, nove rosas
Floresceram na roseira...
Foram para outro
Jardim...
A roseira, sem rosas,
Ficou sozinha.
Amargou n’alma abandono
E solidão...
Suas folhas caíram,
Os galhos lentamente
Secaram...
O solo árido consumiu a roseira...
A esperança brotou
Quando no jardim,
O jardineiro chegou...
Água, terra, sol, carinho...
As rosas que brotaram
Na roseira não apareceram...
A roseira sem rosas, galhos, folhas...
Na raiz havia vida.
Surgiu o jardineiro,
Fez sorrir a roseira...
Não ouviu o jardineiro
O pedido de socorro
Da roseira em desespero...
Arrancou-a. jogou-a
Num canto terminal do jardim.
A roseira morreu.
As rosas vermelhas brotadas
Da roseira, apareceram.
Queriam injetar na roseira
Um pouco de seiva recebida.
Era tarde, muito tarde.
A roseira estava morta.
As rosas vermelhas
Mataram a roseira.
(Ana Stoppa, do Livro Diagnóstico)