A Roseira em Desespero


      Quatro rosas vermelhas
      Brotaram na roseira.
      Cinco rosas vermelhas
      Brotaram da roseira
      Da roseira...
      Ao todo, nove rosas
      Floresceram na roseira...
      Foram para outro
      Jardim...
      A roseira, sem rosas,
      Ficou sozinha.
      Amargou n’alma abandono
      E solidão...
      Suas folhas caíram,
      Os galhos lentamente
      Secaram...
      O solo árido consumiu a roseira...
      A esperança brotou
      Quando no jardim,
      O jardineiro chegou...
      Água, terra, sol, carinho...
      As rosas que brotaram
      Na roseira não apareceram...
      A roseira sem rosas, galhos, folhas...
      Na raiz havia vida.
      Surgiu o jardineiro,
      Fez sorrir a roseira...
      Não ouviu o jardineiro
      O pedido de socorro
      Da roseira em desespero...
      Arrancou-a. jogou-a
      Num canto terminal do jardim.
      A roseira morreu.
      As rosas vermelhas brotadas
      Da roseira, apareceram.
      Queriam injetar na roseira
      Um pouco de seiva recebida.
      Era tarde, muito tarde.
      A roseira estava morta.
      As rosas vermelhas
      Mataram a roseira.
        (Ana Stoppa, do Livro Diagnóstico)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 16/12/2010
Reeditado em 17/02/2011
Código do texto: T2675331
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