REMINISCENCIAS
Vou seguindo meu caminho a procurar-me.
Estarei quem sabe em sono profundo, ou
na vaga do mar que açoita o dique à noite?
Na pocilga, na aluvião, no corvo ainda livre,
ou no balançar do galho então alquebrado?
Quisera estar eu no coração d’alma dele,
de tê-lo conhecido desde o todo sempre.
Mas dispersa me encontro, insana, profana,
tal partículas esparsas ao vento, sem itinerário.
Talvez eu ainda esteja morando em meu corpo,
ou quem sabe já fui despejada como os outros,
que embriagados tentaram em vão se aproximar.
Pois eu me olho no espelho, contorço as mãos,
murmuro em delírio e não mais me reconheço.
O que fiz comigo mesma, vulto de alma sombria?
Suicida que cambaleia por casernas frias, que
demente escreve para deixar registro fúnebre,
no coração cancerígeno que carrego comigo.
Ah, quisera estar no planeta do Pequeno Príncipe!
Veria com ele o por do sol por 44 vezes seguidas.
.
Vou seguindo meu caminho a procurar-me.
Estarei quem sabe em sono profundo, ou
na vaga do mar que açoita o dique à noite?
Na pocilga, na aluvião, no corvo ainda livre,
ou no balançar do galho então alquebrado?
Quisera estar eu no coração d’alma dele,
de tê-lo conhecido desde o todo sempre.
Mas dispersa me encontro, insana, profana,
tal partículas esparsas ao vento, sem itinerário.
Talvez eu ainda esteja morando em meu corpo,
ou quem sabe já fui despejada como os outros,
que embriagados tentaram em vão se aproximar.
Pois eu me olho no espelho, contorço as mãos,
murmuro em delírio e não mais me reconheço.
O que fiz comigo mesma, vulto de alma sombria?
Suicida que cambaleia por casernas frias, que
demente escreve para deixar registro fúnebre,
no coração cancerígeno que carrego comigo.
Ah, quisera estar no planeta do Pequeno Príncipe!
Veria com ele o por do sol por 44 vezes seguidas.
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