PEDRA
Que outro nome
te dar
senão, pedra?
O que arrancar
de ti
além da dureza
do tempo
se nada tens
de mole
para chamar
de alma?
Por que te sentas
a beira do rio
desdenhando
as corredeiras
pelas quais
expulsa foste?
Que paixão sentes
por essas águas
que te rolaram
há milênios
e tanto te desgastaram?
Como tu,
fui expulso
pela correnteza
de um rio
onde mergulhei
no mais profundo poço.
Hoje,
sentado sobre ti
contemplo
águas passando...