PEDRA

Que outro nome

te dar

senão, pedra?

O que arrancar

de ti

além da dureza

do tempo

se nada tens

de mole

para chamar

de alma?

Por que te sentas

a beira do rio

desdenhando

as corredeiras

pelas quais

expulsa foste?

Que paixão sentes

por essas águas

que te rolaram

há milênios

e tanto te desgastaram?

Como tu,

fui expulso

pela correnteza

de um rio

onde mergulhei

no mais profundo poço.

Hoje,

sentado sobre ti

contemplo

águas passando...

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 14/12/2010
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