Poesia do sozinho

"Queria um pouco de carinho"

Mote da poesia do sozinho

Necessidade do poeta em carência

De letras disformas, e formas idênticas

Desgraça-se e corrói-se

Espero obter resposta

Sabe que nunca as terá

Mas a ceifadora quer aposta

"Te levo antes de achares uma,

sei pra onde teu destino ruma.

pobre cachorro, olhe a lua

é seu último dia na rua"

Pobre rei com consorte falsa

Não teve rainha pra chamar de mim

Não teve reino pra chamar de meu

Ficou sozinho com o próprio eu.

Eu, mero analista

Vejo quão infeliz e grande é a lista

Do que sonha acordado

E tem sono sem sonho

Sabe o que é abandono?

Não ter nem parede pra conversa tecer.

Loucura é não gritar o que pode te aborrecer

Não olhar o teto sem sono.

Trancafiado em si próprio

Não viu que perdeu a aposta.

Não obteve resposta

Nem pra primeira indagação.

Foi levado, sozinho

Sem indignação.