Os venenos de seus olhos

Meus versos são suspiros de minha alma,

Sem outra lei que o interno sentimento;

E como o fumo que do fogo se ergue,

Sobem ao céu, e perdem-se nos ares.

Canto do Cisne - Suspiros poéticos e saudades

Gonçalves de Magalhães

Seus olhos são venenos

Raios perfurantes

Na sua boca está

O cálice mortal

Suas palavras são flechas

Pontiagudas

Seu perfume é a essência do meu inferno

Seu sorriso irônico

A dor que mata e consome

Seu corpo o pesadelo de meus sonhos

Inverno...

Minha alma vagueia presa em seu mundo

Sou escravo que vivo açoitado por sua indiferença

Vagabundo...

Marcado pelo ferro quente da desilusão

Sem liberdade...

Aqui, neste universo viajo

No imaginário vazio de minha solidão.