...UMA CENA...

Repousei meu corpo na pedra a beira daquele riachinho

Seria ali o fim da minha vida?

Por que motivo eu me sentia absurdamente sozinha?

Por que meu coração me avisava a cada segundo que não suportava mais bater?

Por que cada batida era tão dolorosa assim?

Meu corpo já cansado me dizia que não agüentava mais prosseguir

Prosseguir inutilmente por caminhos sem fim

Por causas perdidas...

Eu não estava apenas cansada fisicamente

Não era este o aparente motivo de minha desistência

Recostada naquela pedra eu me sentia vazia.

Inclinei-me para a beira da água e pude ver meu rosto

Tão vazio quanto eu me sentia... Sem cores e sem expressão

Aquele rosto não era meu

Aquele corpo não era eu

Minha essência não estava comigo

Pois há muito já tinha partido

Levando consigo a minha vida.

Partiu...

Deixando esta casca vazia,exausta e dolorida

Olhando nos próprios olhos sem vida

Refletidos nas águas tranqüilas daquele lugar

Ali mesmo, deitei-me sobre o mato úmido e rasteiro

e larguei um braço na água do riacho

Fechei meus olhos sentindo a água acolhedora me tocar.

Respirei fundo sentindo o cheiro da terra.

Tudo ficou tão calmo.

Meu desespero diminuía

Minha dor não mais me incomodava.

Não sentia mais meu coração.

E chorei...

pRincesS of innocence
Enviado por pRincesS of innocence em 06/12/2010
Código do texto: T2655749
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