Carro velho

É meu carro velho

Nosso fim está chegando

Meu coração batendo lento

E seu motor nem mais roncando

É meu carro velho

Nossa lataria não engana mais

Minhas rugas dizem minha idade

Sua ferrugem não esconde mais

Seu estofado está rasgado

Sua lanterna está quebrada

O meu corpo está surrado

E minhas pernas estão cansadas

Com minha vista nem mais eu vejo

Os seus faróis nem mais ascendem

Nós sequer temos mais um preço

Nem sequer ninguém nos vende

É meu carro velho

Companheiro e irmão

Seu descanso é um ferro-velho

E o meu é um caixão

Luís Augusto Moura

Luís Augusto Moura
Enviado por Luís Augusto Moura em 04/12/2010
Reeditado em 08/03/2015
Código do texto: T2652328
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