Carro velho
É meu carro velho
Nosso fim está chegando
Meu coração batendo lento
E seu motor nem mais roncando
É meu carro velho
Nossa lataria não engana mais
Minhas rugas dizem minha idade
Sua ferrugem não esconde mais
Seu estofado está rasgado
Sua lanterna está quebrada
O meu corpo está surrado
E minhas pernas estão cansadas
Com minha vista nem mais eu vejo
Os seus faróis nem mais ascendem
Nós sequer temos mais um preço
Nem sequer ninguém nos vende
É meu carro velho
Companheiro e irmão
Seu descanso é um ferro-velho
E o meu é um caixão
Luís Augusto Moura