"NOITES DE TEMPESTADES"

O MEU DIA VEM, COMEÇA

ME CHAMA DE NOVO

ME DEIXA DE GRAÇA,

ME FAZ LUMINOSO.

VEJO O SOL COMO BRILHA,

NESSAS RUAS VAZIAS,

PREENCHENDO DE NOVO,

TRAZ UM VENTO GOSTOSO SOBRE MEU ROSTO.

E A LUZ DA LUA,

DE QUE NOITE TÃO ESCURA,

SÃO AS LAVAS, SÃO AS DUNAS,

UM GRANDE MAR ENCOBERTA.

SINTO QUE NÃO TENHO MEDO,

O QUE ME RODA O DESESPERO,

FUI A FESTA DE RODEIO,

PRA VER SE ESTAVA LÁ.

PRESENTE NÃO ESTAVA

SENTEI NOS CANTOS DE UMA CALÇADA

E PASSEI A LAMENTAR.

LAMENTEI DE SAUDADE,

CORAGEM BANIDA,

O QUE ME FAZ FALTA AINDA,

SÓ NÃO POSSO LEMBRAR.

MINHAS NOITES OUTRORA,

JÁ PASSOU NOVE HORAS,

POIS QUEM SABE AGORA,

JÁ NÃO QUERO TE AMAR.

O MEU CÉU TÁ ESCURO,

ATÉ PARECE NETURNO,

UM PLANETA DISTANTE,

QUE NINGUÉM VIVE LÁ.

O SOL AS NOVE E TRINTA,

NÃO DÁ TEMPO AINDA,

DE MUDAR A ESTAÇÃO.

TO PORTA AFORA,

JÁ NÃO SÃO NOVE HORAS,

SÓ CHOVE LÁ FORA,

MESMO SEM CHOVER AQUI.

ESCUTEI MUITOS RAIOS,

TEMPESTADES E TROVEJOS,

JÁ PERDI O MEU MEDO,

POR SE ACOSTUMAR.

O MEU VAZIO SE ENTREGA,

POR PENSAR TANTO NELA,

EM QUEM NÃO SEI PENSAR.

MINHA NOITE SÓ CHOVE,

SÓ CHOVE SEM MINHA ORDEM,

E FAZ EU LOGO ME DEITAR.

O AMOR QUE ALMEJO,

NUNCA TEVE ENDEREÇO,

SETE DIAS, SETE BEIJOS,

E EU NÃO SEI NO QUE DÁ.

ME PROCURO AGORA,

SOOU ONZE HORAS,

É HORA DE DEITAR.

VOU LEVANTAR MAIS CEDO,

VOU CONTAR MEUS SEGREDOS,

DIANTE DE MIM, DIANTE DO ESPELHO,

SEM MINHA VIDA CONTAR.

VAI PASSAR LONGAS HORAS,

ATÉ CHEGAR NOVE HORAS,

E SENTO LÁ FORA,

ESPERANDO A CHUVA CHEGAR.

Simon Pierry
Enviado por Simon Pierry em 25/11/2010
Código do texto: T2637048
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.