O RECADO
Ouvi um chamado, Acordei assustado.
Meu nome falado. Quem seria esta hora?
Permaneci deitado, embora preocupado,
achei esquisito, não respondi.
O Cachorro não latiu, nada mais se ouviu,
no silencio completo.
Adormeci!
Noutro dia bem cedo, levanto e percebo,
no meu aconchego, um vulto a passar.
Silencio completo, nada ouço, nada vejo.
Esquisito! Pensei.
O meu cachorro latiu,
meu gato fugiu, no telhado subiu,
escafedeu-se.
Senti um arrepio nem medo, nem frio.
Simplesmente, não sei!
Por volta silencio, estranho desejo
nada ouço,... nada vejo.
Mas as folhas se movem.
Algo me atormenta,
aquele vento que não venta.
Meu cachorro que latia ,
meu gato que se arrepia
porem eu, nada via.
Esquisito! Achei.
Fiquei perturbado, o dia amolado,
que coisa intrigante!
Mais tarde um recado me foi enviado
por alguém bem distante.
O recado dizia, que morreu Maria,
aquele amor de infância.
Se os anos passaram,
se os caminhos mudaram,
se aumentou a distancia...
Nem ela, nem eu, ninguém percebeu
O amor tão gigante que mesmo distante,
Não desapareceu.
Quem diria que o destino, daquele menino,
se acabasse no pó
Por dentro um vazio, nem fome nem frio.
... Na garganta, um nó.
Compreendi minha sina , calada, sofrida,
vivida neste mundo, tão só