Saudade

Saudade do tempo em que o mundo era azul,

Em que minha fada madrinha atendia meus pedidos,

A noite brilhava com o cruzeiro do sul,

E a escuridão não me deixava perdido,

Inocência... Infantilidade...

A noite gélida petrificou os sentimentos,

Transcendendo a pureza, simplicidade,

Nas trincheiras da alma, que ecoa lamentos,

Compreendendo o sentido real,

O colorido permanece mentado,

Isolado em reflexos irreal,

No deserto ofuscante, ilimitado,

Miragens de paixão incandescente,

Refrescam a secura adstringente

Da alma que por inocência amou,

A fada madrinha se transformou,

Do ser azul desejado,

Em condutor de alma consternado.