Siameses

Sinto-me tão só.

Em mim, há todo o abandono do mundo.

Por tantas vezes, nem a lua nem o sol

[...]

são capazes de fazer-me companhia.

Sinto-me tão íntimo da solidão

que nos entendemos pelos mais simples

[gestos

- ao mínimo olhar.

Estamos unidos, quiçá, pela eternidade,

pela força persuasiva dos momentos,

ao que transcende espaço e existência:

[...]

dias, agora – ou nunca, – além,

milênios, chuva, cerração, riso, pranto,

[meses.

A solidão e eu...

somos dois siameses.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 18/11/2010
Reeditado em 18/11/2010
Código do texto: T2622264