Siameses
Sinto-me tão só.
Em mim, há todo o abandono do mundo.
Por tantas vezes, nem a lua nem o sol
[...]
são capazes de fazer-me companhia.
Sinto-me tão íntimo da solidão
que nos entendemos pelos mais simples
[gestos
- ao mínimo olhar.
Estamos unidos, quiçá, pela eternidade,
pela força persuasiva dos momentos,
ao que transcende espaço e existência:
[...]
dias, agora – ou nunca, – além,
milênios, chuva, cerração, riso, pranto,
[meses.
A solidão e eu...
somos dois siameses.