Sobre solidão e tempestades

Resplandece em mim o clarão solene

Da tarde cinza que troveja lamúria

Restam migalhas dos sonhos ausentes,

De noite fria qual pairou infortuna.

Eis que oco é o peito ruidoso,

Habitado por coração que não bate

Pois cansou de bramir sequioso,

Ao cair da tarde escarlate.

Em profundos olhos sombrios me perco

Contemplando o silêncio voraz,

Que me espreita com ar perdigueiro

Entregando-me à morte tenaz.

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 15/11/2010
Código do texto: T2616525
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.