Sobre solidão e tempestades
Resplandece em mim o clarão solene
Da tarde cinza que troveja lamúria
Restam migalhas dos sonhos ausentes,
De noite fria qual pairou infortuna.
Eis que oco é o peito ruidoso,
Habitado por coração que não bate
Pois cansou de bramir sequioso,
Ao cair da tarde escarlate.
Em profundos olhos sombrios me perco
Contemplando o silêncio voraz,
Que me espreita com ar perdigueiro
Entregando-me à morte tenaz.
Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2010.