Haverá sempre contagem

Amanheceu!

Há em tudo um desabafo.

Há nessa vida cansaço:

Cansaço do que se vive;

Cansaço do que se morre.

Mesmo que a morte seja engano,

Mesmo que seja porre.

Não!

Não há o que alegra.

Há apenas conformidade.

Há alma fragmentada em realidade

Empobrecida;

Tristeza... Há sempre tristeza!

Em tudo há um peso,

Há sempre uma medida.

Sabe-se que peso de morte é vida.

Contudo, há descanso no cansaço;

Cansaço das coisas que se tem.

Mais ainda do que participa.

Ah... A vida!

Ela passa ao longe;

Ela felicita:

Meu Deus! O tempo falece!

Os dias passam,

O mundo esquece.

Dias... Dias...

Mesmo eu não existindo haverá sempre os dias.

Haverá sempre essa contagem ensandecida.

Contagem do que se morre;

Contagem do que ainda é vida!

Contagem... Conta...

Dsoli