Contos da solidão: Conto Decassílabo I – A lenda do Anjo e da Fênix

Contemplando o extenso horizonte.

Melancólico no seu belo monte.

Solta ao vento as preciosas pétalas

Da flor de outrem, deixou esvoaçá-las

Mãos elevadas e entre abertas ao céu.

Sentindo as suaves, nuvens como véu.

As ávidas lembranças invadem a mente.

Pela precisa dor e amor que sente.

Entre seus anéis de esmeralda e ônix.

Recorda o calor abrasivo da fênix.

Em todos os vôos de formas majestosas.

Entrelaçados entre todas as asas.

As asas da fênix faíscam a pura chama.

As asas do anjo, frias, brancas e acalma!

Rodopiam no amor forte e impulsivo.

Secretos, sentem seus corações vivos.

Seres lendários, seres, mitológicos

O jogo do acaso, dos deuses históricos.

Num lance mágico... Degraus e escadas.

A fênix e o anjo trocaram paixões e formas.

Sigilos entre amores e sussurros.

Sonhos idílicos, silêncios e urros.

Ânimo, vontade, alegria e verdade.

Inspiração, aspiração e veracidade.

Dispostos lado a lado, em momentos.

Distintos, exclusivos e de tormentos.

Angústias, aflições, alusões e ilusões.

São decisões... Idas, vindas e confusões.

A fênix, que ficou ao lado do anjo.

Distanciou-se do toque... E eu, não ajo!

Deixei-a livre, feliz, emotiva e voraz.

O sorriso dela a lembrança me traz.

O anjo voou ao outro lado do mundo.

Adentrou as montanhas de vulcões fundos...

... Nos altos picos gélidos e verticais...

E a fênix... O Anjo, não esquece jamais!

O Anjo e fênix agora estão separados.

Estão indo para o oposto dos lados!

Mas o anjo de coração melancólico,

Adjura: o renascer da fênix é sólido.