INSTANTES DE LUCIDEZ
A solidão...
Amorosa companheira...
Grata Conselheira...
Com habitual e valorosa insistência...
Dos olhos teus, emitem raios
Sorrateiros, traiçoeiros...
Inspirados pelo interesse...
Transpassados por tantos medos...
Inundados na perfídia...
De promessas, filhas do acaso...
Olhar que se faz sentir por fisgadas
Envaidecido em si mesmo
Caminha sonolento...
Nesta cegueira intolerável
Sem saber o que quer...
E para onde seguir...
Com todo este cortejo de desejos
Jogo de cruel Sedução...
Nascido do amor egoísta, indiferente...
Mas por um instante...
De possível lucidez...
Pode-se perceber, que entorno
Tudo era mistério...
Nesta trilha seguia isolada
Cavavam-se abismos à frente
Ardiam fogueiras ao lado...
Fulguravam olhos na bruma
E os ecos davam gargalhadas
Ia caminhando solitária...
Sobre o leito das estradas
Sem virtude, nem pecado
Nem esperança nenhuma...
Ninguém precedia os meus passos,
Ninguém avançava ao meu lado,
Ninguém me seguia as pegadas
Só eu caminhava isolada!
E ao longe dentro da bruma,
Havia tantos olhos molhados,
Havia tantos olhos perdidos,
Que eu nem mais reconhecia
E assim desvanecia-se...
O teu Egoísta olhar de Adeus!...
ALICE PINTO
31/10/2010