Copo vazio

O copo vazio largado à mesa,

Reflete o tolo que lhe divisa

Reluzente pela luz que chega,

Deixado pela mão que lhe cingia.

A boca selvagem já não lhe beija

Não sente o afável sabor do sumo,

Eufórico ensejo não corteja

Mas, se faz oco pro poeta mudo.

É apenas mais um copo vazio

Qual pela vida foi esquecido

Sem voz, amor, sonhos ou desejos.

Incapaz de lançar um estrugido,

Ou mesmo revelar seus segredos.

Rio de janeiro, 31 de outubro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 31/10/2010
Código do texto: T2588771
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