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MOTE: Através da vidraça...



Nariz grudado na vidraça
da janela que dá para a minha cidade
É mar é céu é terra é gente
e as nuvens rosa e azuladas
em carreirinhas apressadas
que me desviam o olhar e o pensamento
 e penso no presente e recordo os ausentes
que subiam aquela bela avenida centrada
 De um lado  vidas arrasadas
Por detrás de paredes que guardam segredos
ânsias de dor e temor
Carretas a passar e penso, lá vai mais um
banhado pela ternura generosa de Jesus
E apressada faço o sinal da cruz
E rezo a oração que a minha mãe me ensinou
Visão que me atordoou
Do outro os edifícios distintos feitos
em modelos perfeitos e eleitos
 rematados de belas coberturas
com grandes jardins em alturas
É a graça e a beleza da modernidade
Dessa  avenida alvoroçada  e agitada
no vai e vem da vida de todos os dias
umas vezes banhada de generosidade
 outras exaltada,  zangada, moída
Um grito um arrastar
E as gentes apressadas erguem a cabeça
e seguem na sua indiferença
 
Nariz já gelado de tão pegado
à vidraça bafejada
Confecciono com  jeito
desenhos que me remetem
ao que vejo e fantasio
mirando e remirando
numa letargia tão  enfadada
nesse vazio sem brisa sem alvorada
Visionando a cidade com cheiro a mar.
Apenas queria ter asas e voar
Expandir o meu estado de alma
Nesse mundo que enxergo
E como os albatrozes, no mar me banhar
Por sobre a cidade um louco esvoaçar
Numa dança festiva e delirante
E subir mais alto que o vento
Sem lamentos e então meus olhos  se encantam
Sou livre
De tta
29-10-10
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 29/10/2010
Código do texto: T2585717
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