QUANTA SOLIDÃO!

Porque tanto vazio em um só coração?

Que dor é essa desatina e sem sentido?

Invade meu peito sem ruído,

Sem rumo,

Sem volta e sem fim...

É um amargo insípido!

O avesso de um amor ferido...

O avesso de uma ferida...

Uma ferida avessa e doída!

Minha cura é o teu cheiro,

A tua voz e o teu veneno!

Minhas mãos já não tocam concretas os meus sonhos...

O finito se abre em uma janela de dor infinita.

Quando será o fim?

Haverá um fim ou um triste começo.

Talvez um bom recomeço...

Indy Lispector
Enviado por Indy Lispector em 24/10/2010
Reeditado em 01/11/2010
Código do texto: T2576344