Agora
...e agora?
Os sonhos que tive nessa hora.
A morte que espero pacientemente.
A vida que vivi, displicente.
Os desejos que alimentei inutilmente.
Os planos que fiz somente.
A realidade que tenho na verdade.
Nada disso é mais do que nada.
Tudo isso é mais do que preciso.
Não quero me apegar a nada.
Nada que me escravize e que me prenda.
Não presto atenção.
Não há amigos
nem amores
capazes de me segurar.
Jamais vou sonhar com o sossego infeliz do amor.
Nem mesmo vou estar infeliz sozinho.
A solidão é a única companhia desejada.
A estrada,
o caminho,
a trilha,
a morte que me espera nas esquinas
é só minha e não a divido com ninguém...