Agora

...e agora?

Os sonhos que tive nessa hora.

A morte que espero pacientemente.

A vida que vivi, displicente.

Os desejos que alimentei inutilmente.

Os planos que fiz somente.

A realidade que tenho na verdade.

Nada disso é mais do que nada.

Tudo isso é mais do que preciso.

Não quero me apegar a nada.

Nada que me escravize e que me prenda.

Não presto atenção.

Não há amigos

nem amores

capazes de me segurar.

Jamais vou sonhar com o sossego infeliz do amor.

Nem mesmo vou estar infeliz sozinho.

A solidão é a única companhia desejada.

A estrada,

o caminho,

a trilha,

a morte que me espera nas esquinas

é só minha e não a divido com ninguém...

Domagrão
Enviado por Domagrão em 24/10/2010
Código do texto: T2575310