Vivendo como se não Vivesse!

Quando deito-me sobre a cama,

Sinto esta ausência que sempre existiu em mim,

Este medo que me afugenta

E faz eu pensar, porque tinha que ser assim?!

E não importa os disfarces que crio ao longo do dia,

Nem o sorriso de ser feliz que distribuo aos meus amigos,

Pois à minha reflexão, não posso mentir...

Sobre estas dúvidas e angústias que trago comigo.

E assim, começo a ler minha alma...

De palavras incoerentes e sem significados,

Perdida em algum lugar que nunca encontrei

E que morrerei sem ter encontrado!

Como uma operária que bate o ponto,

Esperando o término do serviço,

Esperando dia e noite

Que a vida lhe dê um sumiço!

E assim resisto,

Com esta ilusão perdida,

Este prazer que é viver

E que nunca senti em minha vida!

Lamentando esta mágoa que me sufoca,

Esta solidão que rouba-me tudo.

Vivendo como se não vivesse!

Numa compaixão que deixa-me muda.