Meu destino
MEU DESTINO
Setembro/2010
Meu destino é ser sozinho, como um velho abandonado. Amável, mas que não sabe com os viver com os demais. Fere por instinto, na mesma proporção que encanta. Pior, magoa aos mais próximos.
Meu destino é estar em silêncio, sozinho e em meio ao nada. Pois a vida muitas vezes agitada é como uma névoa que ofusca o meu olhar e que por conta disso, não enxergo a profundeza dos gestos mais simples.
Queria eu não ter de sacrificar aos mais próximos. Mas há momentos em que firo sem querer fazê-lo.
A memória se volta àqueles que se foram, ao passado e às grandes figuras que permanecem em silêncio, sem que eu reconheça os que estão ao meu lado.
Vivo a tristeza passageira. Tristeza da consciência.
A busca pela redenção não me livrou de certos erros.
Poucas dores se igualam àquelas provindas da consciência, quando se fere o coração de uma mulher. Quando sem percebermos, extirpamos, como no tapa de um animal feroz, os seus sonhos mais vivos.
O que é o coração de uma mulher! Melhor dizendo, o que é a força do homem diante da sutileza feminina! Conhece-se o mais profundo da fraqueza dos grandes homens através da fêmea.
O eterno feminino não apenas nos conduz aos céus, mas também às maiores profundezas dos nossos pecados. Ferir a uma mulher é como ferir àquela própria que nos deu vida.
E quanto mais o tempo passa e o sol brilha em meio a dias cinzentos e tempestuosos, sorrio, apesar de tudo, e me pergunto: where will it end? Where will it end?